No
jubileu do cinquentenário, a empresa celebra outros dois marcos importantes: 40
anos do início da produção de energia e 3 bilhões de MWh de energia acumulada
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Meio século de uma obra que engrandece o Brasil e o Paraguai FOTOS: Alexandre Marchetti/Itaipu Binacional |
Referência mundial em hidreletricidade
sustentável, em integração entre dois povos e na engenharia moderna, a Itaipu
Binacional comemora os 50 anos de sua fundação nesta sexta-feira (17). Uma
gigante que, neste ano, completou seus 40 anos de produção, celebrados no
último dia 5 de maio, e atingiu os 3 bilhões de megawatts-hora de energia
acumulada. Nenhuma outra hidrelétrica no mundo chegou nem perto dessa marca
histórica.
Para o diretor-geral brasileiro de Itaipu, Enio
Verri, a empresa é símbolo de produtividade aliada à gestão social e ambiental,
que gera, além de eletricidade, desenvolvimento para as duas nações sócias.
“Itaipu é um sonho de integração que se tornou realidade. Pelo empenho de
brasileiros e paraguaios, ela fornece energia, move dois países e cuida da
natureza e das pessoas de sua área de influência como nenhuma outra no mundo.
Há meio século, é um exemplo de que isso é possível”, afirmou.
Conheça um pouco mais dessa maravilha da
engenharia e da diplomacia.
HISTÓRICO
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Itaipu é história e desenvolvimento para dois países |
A fundação de Itaipu foi em 17 de maio de 1974,
dia em que foram empossados o Conselho de Administração e a Diretoria
Executiva, com formação semelhante nos dois lados, brasileiro e paraguaio. A
posse foi em solenidade no Hotel das Cataratas, instalado dentro do Parque
Nacional do Iguaçu.
Na primeira reunião do Conselho de Administração,
realizada em Assunção, em 3 de junho de 1974, foi criada uma comissão especial
para redigir o Regimento Interno de Itaipu, apresentado e aprovado em reunião
extraordinária em 23 de junho daquele ano, também em Assunção.
AS OBRAS
Nessa mesma época, enquanto era processada a
concorrência das empreiteiras que iriam executar as obras civis de Itaipu,
pequenas firmas eram preparadas para fazer as obras viárias de acesso à futura
usina, além de vilas residenciais e toda a infraestrutura de assistência
escolar e de saúde, entre outras necessidades básicas. Paralelamente, eram
adquiridos no exterior equipamentos de construção não existentes no Brasil e no
Paraguai à época.
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Beleza e encantamento com a abertura das turbinas |
O plano previa a construção de 8 mil casas para
os trabalhadores, 4 mil na margem esquerda, em Foz do Iguaçu, e 4 mil na margem
direita, nas cidades paraguaias de Porto Presidente Stroessner (hoje Ciudad del
Este), Hernandarias e Porto Presidente Franco.
No segundo semestre de 1974, foi construído um
acampamento pioneiro na área da futura usina, com as primeiras edificações para
escritório, almoxarifado, refeitório, alojamento dos trabalhadores e posto de
combustíveis. Tudo começava a ser preparado para a leva de trabalhadores que
viriam a ser contratados pelos consórcios de empresas responsáveis pelas obras
civis e pela fabricação e montagem dos equipamentos da usina.
Verdadeiros conglomerados de empresas seriam os
grandes empregadores durante a construção da usina, que mobilizaria milhares de
trabalhadores do Brasil e do Paraguai, atraídos pelas notícias de que as obras
gerariam empregos em abundância pelos próximos anos. O consórcio Unicon, por
exemplo, chegou a contratar mensalmente, em média, mais de 5 mil trabalhadores,
entre o final da década de 1970 e o início dos anos 1980, quando as obras
chegavam a seu pico.
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FOTO: Divulgação |
Em determinado momento, no ritmo de construção
cada vez mais frenético, Itaipu chegou a abrigar em seu canteiro cerca de 40
mil trabalhadores, mais do que toda a população de Foz do Iguaçu da época. Mas
a cidade se expandia também rapidamente. A população passou de 28.597
habitantes, em 1974, para 112.594, em 1985, conforme dados do Ipardes.
RECONHECIMENTO
Desde que passou a gerar energia, Itaipu
tornou-se fundamental para o desenvolvimento do Brasil e do Paraguai. Mas, a
par da produção, que chegou a bater sucessivos recordes mundiais, a usina
ganhou o reconhecimento e respeito público, no Brasil e no exterior, por suas
práticas sociais e ambientais.
Entre os reconhecimentos internacionais recebidos
pela usina estão: o prêmio pela melhor prática de gestão de água do mundo,
intitulado Água para a Vida, da ONU; o título de Reserva da Biosfera da Mata
Atlântica (RBMA), concedido pela Unesco; o primeiro lugar no Benchmarking Brasil
com o programa Plantas Medicinais; Prêmio Eco Sustentabilidade, da Amcham
Brasil; Childhood Brasil, pelo combate à exploração de menores; Business for
Peace Award, do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD);
Prêmio Pintou Limpeza, pela responsabilidade socioambiental; Americas Award,
pela sustentabilidade ambiental; Prêmio ANA, da Agência Nacional de Águas; e o
Clean Tech & New Energy, concedido pelo The New Economy.